No podcast Saúde 360°, Pablo Marambaia avalia “epidemia” de cursos de medicina no Brasil: “É uma decisão de governo” 

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No recente episódio do podcast Saúde 360°, o médico otorrinolaringologista Pablo Marambaia trouxe à tona questões críticas sobre a crescente “epidemia” de cursos de medicina no Brasil, atribuindo essa situação a uma decisão de governo. Ao lado do anestesiologista Fábio Maron, Marambaia discutiu com as jornalistas Christina Miranda e Stephanie Suerdieck a pressão que a quantidade excessiva de instituições de ensino pode gerar na qualidade da formação médica.

Marambaia defende que a expansão descontrolada de cursos de medicina não resultou na melhoria da saúde pública como se esperava. Ele destaca que, mesmo com um aumento significativo de médicos, o Brasil carece de um número suficiente de hospitais e de profissionais capacitados para ensinar a nova geração. “Em algumas cidades da Bahia, há dois ou três cursos de medicina e apenas um hospital municipal”, observa, ressaltando o grave descomo entre a formação teórica e a prática em saúde.

O especialista enfatiza que a quantidade não é sinônimo de qualidade. “Os Estados Unidos ainda têm 86 faculdades de medicina, enquanto temos mais instituições do que países como China e Índia, que possuem populações muito maiores”, afirma. Essa realidade, segundo ele, revela uma preocupação maior com a quantidade de profissionais do que com a formação adequada deles.

Marambaia critica os grupos educacionais que, ao priorizarem o lucro, frequentemente negligenciam a qualidade dos médicos formados. “As universidades privadas, que dominaram o aumento das vagas, não se focam suficientemente na excelência de seus graduados”, alerta. Esse fenômeno, conforme ele, terá uma repercussão negativa nos atendimentos médicos e na saúde da população.

Além das dificuldades para ingressar na residência médica, o médica salienta que muitos recém-formados optam por não seguir essa etapa essencial da formação. “Em vez disso, buscam cursos rápidos em áreas de especialização e se lançam no mercado”, diz. Para ele, essa tendência pode comprometer a qualidade do atendimento à saúde.

Por fim, Marambaia chama a atenção para a importância de a população se informar sobre os profissionais que escolhem. “Antes de optar por um médico, consulte o site do CREMEB ou do CFM para verificar se ele está registrado”, aconselha, destacando a necessidade de cuidado e conscientização na escolha dos profissionais de saúde.

O debate sobre a formação médica é crucial e envolve a responsabilidade tanto das instituições quanto da sociedade. Que tal compartilhar sua opinião sobre este tema nos comentários? Como você vê o cenário atual da medicina no Brasil?

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