Israel: Parlamento não aprova lei para derrubar governo de Netanyahu

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Na manhã de quinta-feira (12/6), o Knesset, o Parlamento israelense, decidiu, em uma votação polarizada, não aprovar um projeto de lei da oposição que visava dissolver o Legislativo e convocar eleições antecipadas. O placar final mostrou 61 votos contra e 53 a favor da autodissolução, refletindo uma divisão significativa entre os parlamentares.

Já ava da madrugada quando a proposta foi rejeitada por uma estreita margem. Todos os partidos da oposição estavam alinhados para apresentar a iniciativa, mas a maioria do parlamento permaneceu dividida, especialmente em relação ao delicado tema do recrutamento militar de judeus ultraortodoxos.

Esse grupo tem gozado de isenções do serviço militar por décadas, um privilégio que vem se tornando cada vez mais impopular, especialmente em um contexto marcado pela guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza. As crescentes tensões sobre como lidar com o alistamento começou a gerar negociações intensas, culminando em um acordo que estabelece sanções para aqueles que não responderem ao chamado, incluindo restrições de viagem e multas.

Essa vitória representa um respiro temporário para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas a crise em torno do recrutamento de jovens ultraortodoxos permanece sem solução à vista. A oposição, que esperava aproveitar as fraturas no apoio ao governo – um dos mais conservadores da história de Israel – encontrará uma nova oportunidade apenas em seis meses para tentar Dissolver o Knesset novamente.

Com o governo em tempos de guerra, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, advertiu que uma tentativa de derrubar o governo seria um “perigo existencial” para Israel, ressaltando a necessidade de um serviço militar robusto, inclusive para os ultraortodoxos, que é uma questão de segurança nacional. “A história não perdoará aqueles que arrastam o Estado para eleições durante a guerra”, afirmou.

A coalizão de Netanyahu, estabelecida em dezembro de 2022, permanece coesa graças a uma aliança entre seu partido Likud, grupos de extrema direita e partidos judaicos ultraortodoxos. A saída destes últimos poderia significar o fim do atual governo, uma possibilidade que não pode ser ignorada.

Em uma pesquisa recente, 85% dos judeus israelenses manifestaram apoio a uma reforma na lei de alistamento militar, com uma parte significativa defendendo a obrigatoriedade do serviço, que, para homens, seria de 32 meses. Essa situação delicada sugere que as tensões no Knesset estão longe de ser resolvidas e que uma mudança de paradigma poderá ser necessária para lidar com as demandas da sociedade.

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