Na última sexta-feira, o mercado financeiro brasileiro atravessou um verdadeiro turbilhão, com o dólar no centro das atenções. Logo pela manhã, a moeda americana flertou com a marca de R$ 5,60, impulsionada pela aversão ao risco derivada do recente conflito no Oriente Médio. Essa alta inicial foi uma resposta natural às incertezas geradas pelo ataque de Israel ao Irã, que fez os preços do petróleo dispararem mais de 7%, acendendo preocupações sobre um possível impacto inflacionário global.
Entretanto, ao longo da tarde, o cenário começou a mudar. O dólar perdeu força e fechou o dia praticamente estável, cotado a R$ 5,5417. Essa resiliência do real pode ser explicada por dois fatores principais: primeiro, os ajustes técnicos e a realização de lucros que surgiram com a recuperação do petróleo, atraindo investimentos para o Brasil; segundo, os rumores de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato à presidência em 2026, com Michelle Bolsonaro como vice. Essa notícia reverberou positivamente entre os investidores.
O olhar dos operadores e analistas já se volta para as eleições de 2026, especialmente diante da crescente insatisfação com a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Existe a expectativa de que um candidato mais à direita possa propiciar um ajuste estrutural nas contas públicas, beneficiando assim os ativos brasileiros. A reação negativa do Congresso e de setores produtivos e financeiros ao decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reafirma a ideia de um desgaste do capital político do atual governo.
Em meio a essa volatilidade, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, mostrou resiliência, fechando com leve queda de 0,43%, a 137.212,63 pontos. A performance da Petrobras, impulsionada pela alta do petróleo, ajudou a minimizar perdas em outros setores. Em contraste, os mercados internacionais registraram quedas mais significativas, com índices como o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq todos em baixa.
Enquanto a taxa Selic permanece elevada em 14,75%, trazendo dificuldades para manter posições em dólar, a atenção do mercado se concentra na situação fiscal nacional e na deliberação do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros na próxima semana, com especulações sobre uma possível elevação para 15% ao ano.
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